Lisboa ao Parque | Parque Mayer

19 Agosto a 11 Outubro 2009 M6

No coração da cidade de Lisboa, numa zona histórica, o Parque Mayer surge como um novo pólo de atracção e entretenimento para os cidadãos e, adicionalmente, para a população de turistas que ascende aos 2 milhões de pessoas anualmente.

Para além dos parques públicos e museus, não existem zonas de lazer para a população e, muito menos, zonas que privilegiem o conceito de família. Lisboa ao Parque pretende combater esta lacuna, envolvendo artistas e o cidadão comum e dotando o espaço histórico do Parque Mayer de uma vocação que, afinal, é a sua essência: entreter as pessoas e suas famílias.

Entre 19 de Agosto e 11 de Outubro pretendeu-se comemorá-lo todos os dias (4ª a domingo), das 20 às 24 horas, proporcionam-se diversas actividades lúdicas e culturais como pintura, Novo Circo, performances criativas e outros eventos que possam abranger as várias faixas etárias, criando-se um espaço onde as famílias possam interagir e fruir de momentos únicos... em conjunto. Aos fins-de-semana, o espaço abre mais cedo, às 18h, proporcionando às famílias áreas de lazer para os mais novos e outras actividades lúdicas como “As Lendas da Rádio”.

CULTURA e ENTRETENIMENTO
Lisboa ao Parque
pretende oferecer uma diversidade de expressões culturais que passam pelas habituais áreas de música, dança e comédia mas também pela pintura e exposições.

Neste evento a ter lugar no espaço Parque Mayer, optou-se pela decoração através de coloridas e ilustrativas telas gigantes. Ao redor do Teatro Variedades, uma exposição cronológica dos pontos-chave da história da Revista no Parque Mayer; junto ao Palco 2, um espaço de grafite a ser decorado por 9 artistas desta arte plástica cada vez mais reconhecida; junto ao Palco 1, a estreante Vanessa Ribeiro solta a imaginação e conta histórias; aos conceituados António Jorge Gonçalves e Nuno Saraiva cabe a tarefa de cobrir as restantes áreas com desenhos alusivos à cidade e ao espaço. Ao público mais jovem resta a missão de colorir e desenhar os espaços deixados a branco, participando activamente na decoração deste espaço que existe para quem o visita.

A música terá uma presença permanente, a começar com a performance dos Tumbala a anunciar diariamente a abertura do espaço. Às 20h deixam o Cinema São Jorge, descendo a Avenida da Liberdade em direcção ao Parque Mayer. Com um visual irreverente, estes artistas de rua fazem música com estranhos objectos e deslocam-se sobre andas. De fazer parar o trânsito.

Já dentro do recinto, a música sobe ao Palco 2. Semanalmente, uma nova banda nacional apresenta temas originais e covers bem conhecidos de todos. No Palco 1, a programação varia todos os dias entre a comédia, a dança, o fado, o pop e o rock e a música clássica.

Misturados com o público, diferentes performers criam momentos de interacção, numa animação que se quer sempre divertida. Paralelamente às iniciativas de entretenimento, haverá lugar a locais de restauração e bebidas com esplanada, onde se privilegiará o consumo de petiscos típicos.

Para o sucesso de Lisboa ao Parque, criou-se uma estrutura completa capaz de devolver a “vida” ao Parque Mayer, utilizando ao máximo os equipamentos já existentes e integrando-os com outros a colocar e instalar no local. A inserção dos novos equipamentos é fundamental de forma a garantir aos visitantes o maior conforto e qualidade possíveis, assim como se passava noutros tempos neste mesmo espaço tão emblemático da cidade de Lisboa. Utilizou-se alguns edifícios para espaços de lazer, espaços de apoio e manteve-se uma estreita relação de cooperação entre a parte artístico-cultural e os restaurantes ainda a operar no espaço.

Pintura/Telas
Guiados por “artistas” contratados, as famílias podem literalmente “pintar” o seu Parque Mayer, preenchendo os espaços em branco das diversas telas gigantes que cobrem as paredes do espaço. Os desenhos das telas são assinados pela estreante Vanessa Ribeiro e pelos conceituados António Jorge Gonçalves e Nuno Saraiva.

Música, dança e comédia
De 4ª a Domingo, a programação dos eventos assenta em noites temáticas:

4ª Noite de Comédia Espectáculos de Stand-Up Comedy protagonizados pelos melhores humoristas nacionais. Momentos em família para rir e chorar por mais.

5ª Noite de Dança Espectáculo de Danças de Salão, Latinas e Clássicas com coreografia de Alexandra e Tinita. Em palco, 12 bailarinos apresentam diferentes estilos que vão do Samba ao Merengue, do Jive ao Quick Step, sem esquecer o Cha-Cha-Cha, Rumba Cubana, Paso Doble, Rock’n’Roll, Valsa Vienense, Slow Fox Trot, Disco, Tango e Salsa. No final de cada espectáculo, uma aula de dança, num estilo diferente em cada semana!

6ª Noite de Fado Canção maior nacional, o Fado não poderia deixar de estar presente no Lisboa ao Parque. Todas as 6ªs feiras, os mais famosos fadistas subirão ao Palco 1.

Sábado Noite de Grande Concerto Lugar ao pop ao rock e ao pop-rock. 

Domingo Noite de Música Clássica A Música Clássica é um fenómeno universal e intemporal. Elo comum a todas as linguagens e nações, a música clássica é capaz de unir opostos. Composta de emoções, ultrapassa a razão sensorial, apaixonando o ser até limites nunca antes adivinhados. A partir deste conceito, pretende-se criar todo um ambiente dentro deste género musical, proporcionando aos visitantes de Lisboa ao Parque momentos de (re)conciliação com este género habitualmente elitista nos espaços em que se apresenta. O repertório a apresentar será o mais conhecido do grande público, optando-se por composições alegres, pois pretende-se que, para quem tenha o primeiro contacto com este género, o mesmo se torne uma experiência interessante, um “plantar” de um futuro interesse pela música clássica.

No Palco 2, uma banda por semana anima o início da noite assegurando a qualidade musical através de covers, e não só, bem conhecidos de todos.

 

EXPOSIÇÃO: “A REVISTA NO PARQUE MAYER” 
O género teatral chamado Revista é de origem parisiense, datando de finais do século XVIII. No começo de um novo ano, os teatros populares "passavam em revista" o ano que findava, criticando personalidades em foco ou acontecimentos sensacionais e criticando, também, o ano teatral, através de um conjunto de quadros soltos, que alternavam os números cantados e, por vezes, também dançados, com teatro declamado: “revue de fin d'année”.

E, foi tal o sucesso, que a Revista não tardou a irradiar de França para quase todos os países da Europa e América, onde, ao longo do século XIX, embora lhe mantendo a estrutura e a intenção, a foram adaptando ao seu gosto e feitio. A Portugal chegou ia o século XIX mesmo a meio, já que, segundo apurou Luiz Francisco Rebello, foi Lisboa em 1850 a primeira Revista que por cá se representou, subindo a cena, no Teatro do Ginásio, a 11 de Janeiro de 1851.

Era então chamada "revista do ano", mas não tardou em que, no mesmo ano, subissem a cena várias Revistas. De tal modo se ajeitou ao gosto do público português que, durante 150 anos, a Revista, embora com altos e baixos e modificando-se com o correr dos tempos, permaneceu sempre irónica e bem disposta, pronta a criticar tudo e todos, especialmente quem estivesse mais “na berra” e casos que dessem que falar.

Crónica do tempo que passa, a Revista é, como não podia deixar de ser, um género teatral essencialmente político, no qual o público participa activamente, rindo tanto dos problemas do seu dia-a-dia como das histórias passadas com figurões graúdos, delirando com as suas piadas, por vezes apimentadas, admirando a desenvoltura das suas vedetas, trauteando alegremente as suas cantigas, estabelecendo com os seus cómicos uma indestrutível cumplicidade. Foi devido a esta cumplicidade que a Revista se conseguiu escapulir, vezes sem conta, aos apertões das várias censuras que por cá foram aparecendo e, valha-nos isso, também desaparecendo.

Mas a Revista não é só a piada oportuna ou a música que fica no ouvido, a Revista é também, e essencialmente, um espectáculo de cor e fantasia, aquele onde o desenhador teatral mais amplamente encontra pretextos para expandir a sua imaginação. Com esta exposição pretende-se relembrar a alguns e dar a conhecer a outros o ícone mais marcante do Parque Mayer: A Revista. Utilizando o espaço que rodeia o Teatro Variedades, uma tela organizada cronologicamente expõe imagens de programas, fotos de cena e outras, figurinos e outros elementos que nos transportam aos anos dourados do Parque Mayer em que todos os seus teatros e diversos espaços estavam plenamente preenchidos de público pela noite fora. Com esta exposição, daremos a oportunidade de quem nunca assistiu a tal período de o poder ter no seu imaginário, e para aqueles que já viveram tais tempos, poderem revivê-los com o saudosismo que merecem.

 

 

Turismo de Lisboa lança programa de cultura e animação
Lisboa ao Parque foi uma iniciativa cultural e de entretenimento da Associação Turismo de Lisboa (ATL) que visou marcar a transição para um novo Parque Mayer e constituir, em simultâneo, um factor adicional de atracção e de valorização da oferta turística da capital portuguesa. Financiado pelas contrapartidas do Casino Lisboa, o evento, que decorreu entre 19 de Agosto e 11 de Outubro, correspondeu a um investimento de 1,6 milhões de euros, dividido por: intervenção no espaço, estruturas e equipamentos (590 mil euros), animação (728 mil euros), promoção (200 mil euros) e segurança, apoios e taxas (82 mil euros). Para além da ATL, contou ainda com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa e do Turismo de Portugal dentro das respectivas áreas e meios de competência.

Em sintonia com a estratégia promocional que estava a desenvolver para valorizar a oferta turística do destino - de forma a atrair um maior afluxo de turistas e de receitas ao longo de todo o ano -, Lisboa ao Parque constituiu um novo reforço das acções da ATL para fazer à crise generalizada, que naturalmente afectou o Turismo. É pois, numa fase particularmente difícil para a hotelaria e outros agentes do sector, que o Turismo de Lisboa se empenhou em criar factores de diferenciação e motivação adicionais, numa das zonas mais turísticas da cidade.

A candidatura apresentada pela ATL e aprovada pelas entidades competentes para a realização do Lisboa ao Parque surgiu no momento em que o projecto de reabilitação do Parque Mayer estava em vias de concretização, uma vez que o respectivo Plano de Pormenor se encontrava em fase de aprovação. Acresce que a CML anunciara já o início das obras do Teatro Capitólio, um dos espaços culturais emblemáticos desta zona histórica da cidade.

A concretização da iniciativa pretendeu assinalar a transição do Parque Mayer para uma nova fase e, ao mesmo tempo, impulsionar esta forte marca cultural, enriquecedora da oferta turística de Lisboa. Este processo passou, nomeadamente, pela requalificação e recuperação do brilho e tradição que tornaram o Parque Mayer num dos ex-libris da capital portuguesa, potenciando-o como um novo pólo de animação e de entretenimento para os residentes, visitantes e turistas.

Para pôr de pé este programa foi desenvolvida uma ampla operação envolvendo logística no espaço. Neste contexto, a Câmara Municipal de Lisboa levou a cabo a remoção de mato, entulho e outro lixo, um procedimento ao qual se seguiu uma acção de higienização do recinto. O espaço apresentou-se mais convidativo, tendo sido também decorado com telas alusivas à história da Revista à Portuguesa. Algumas das telas são assinadas por artistas conceituados, enquanto outras convidaram à intervenção e à criatividade do próprio público. A animação do Parque ao final do dia foi programada de modo a ter em conta a necessidade de minimizar os efeitos acústicos que o recinto gera, em virtude de ter uma forma côncava. Foram, assim, tomadas medidas para garantir o descanso quer de residentes quer de turistas na zona tanto ao nível dos horários, como da programação e da produção, sendo de salientar a preocupação com a minimização dos sons graves e subgraves em todos os espectáculos.

 

 

Ok
Este site utiliza cookies para melhorar o desempenho e lhe oferecer uma melhor experiência de utilizador. Saber Mais