Rua das Pretas | Pierre Aderne e convidados

3, 10,17 e 24 Junho 2016 M12

Sempre me perguntam sobre o que deve ser feito para favorecer a proximidade entre o Brasil e Portugal, e sempre penso que o modo de o fazer com profundidade é manter o conhecimento mútuo e deixar que o amor aconteça. Os dois países ficam perto se souberem manter a sua identidade pelo lado mais absoluto da pertença: a oportunidade da paixão. O que Pierre Aderne faz é isso mesmo. Age por amor.” (Valter Hugo Mãe)

Tudo começou em 2004, no Rio de Janeiro. Em casa, Pierre Aderne reunia os amigos para conversas madrugada dentro, regadas com bom vinho, “comidinhas” e muita prosa. Trocavam-se segredos ao som de boa música, e, no final, sempre a pergunta: quando voltamos a reunir?

Em Lisboa, Pierre recupera as tertúlias e, desde 2011, já passaram pela sua sala de estar nomes como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Carminho, Tito Paris, Ana Moura, Melody Gardot, Camané, Jorge Palma, Mário Laginha, Lura, Anna Maria Jopek, Edu Krieger, Ana Carolina, Fernanda Abreu, António Zambujo, Valter Hugo Mãe, Sara Tavares, entre tantos outros. Em comum, o gosto pelo convívio e pela partilha de saberes e emoções.

A sala de Pierre tornou-se pequena e a RUA DAS PRETAS muda-se para o Sótão Café-Teatro. Nas sextas-feiras de Junho, pelas 23h, Pierre Aderne foi o anfitrião de histórias, poemas e canções partilhadas pelos seus convidados especiais. O vinho foi escolhido por André Ribeirinho (Adegga Wine Market) e a ‘Galinhada da Madrugada’ preparada pelos chefs André Magalhães (Taberna das Flores) e Hugo Nacimento (Tasca da Esquina). As noites terminaram com DJs-surpresa, sempre alguém do “mundo das artes”.

Convidados:
3 Junho – Maria João, João Farinha, Philippe Baden Powell, João Barradas (acordeonista)
10 Junho – Jorge Fernando,  Léo Minax, João Barradas (acordeonista)
17 Junho – Cuca Roseta, Uxia, João Gentil, Pedro Jóia, João Barradas (acordeonista), Miroca Paris (percussionista) e José Eduardo Agualusa
24 Junho – Susana Félix, Jorge Roque (Monda), André Gago, João Barradas (acordeonista)

PIERRE ADERNE
O cantor e compositor brasileiro vive  em Lisboa há seis anos, desde que deixou o Rio de Janeiro. Nos últimos anos tem vindo a aproximar a (sua) bossa contemporânea da world music, do jazz, do fado e da África lusófona. Com seis discos lançados pelo mundo e  colaborações com artistas como  Melody Gardot, Madeleine Peyroux, Léo Minax, Mário Laginha, Wagner, Tito Paris, Sara Tavares, Jorge Palma, Gisela João, Dadi, entre tantos outros, Pierre Aderne também já compôs para outros artistas como Seu Jorge e António Zambujo.
Em 2004, no Rio de Janeiro, começou a fazer saraus na sua casa situada na mítica Rua Nascimento Silva, onde viveu Tom Jobim. Estes saraus da tornaram-se ponto de encontro de artistas, nomeadamente de músicos da nova MPB e da world music. Já em Lisboa, os saraus passaram para a sua casa, na Rua das Pretas. As paredes de sua casa tornaram-se estreitas e Pierre começou a documentar estas noites, nascendo os World Music TV Shows : MPB - Música Portuguesa Brasilieira, filmado entre o Rio de Janeiro e Lisboa (Canal Brasil e RTP), Desafinado, filmado em Nova Iorque (Canal Brasil) e o ainda inédito Rua das Pretas, filmado entre o Rio de Janeiro, Lisboa, Varsóvia e Paris (estreia dia 4 de Junho na Sic Notícias, Canal Brasil).
Actualmente, Pierre Aderne vive entre Lisboa, Madrid e Paris, estando em fase de pós-produção do seu novo álbum, “Da Janela de Inês“.

ANDRÉ MAGALHÃES
André Magalhães é o taberneiro-mor da Taberna da Rua das Flores (Lisboa), um dos projectos gastronómicos mais conceituados do momento, e foi durante cinco anos o chef de cozinha do prestigioso Clube de Jornalistas – Restaurante, em Lisboa.
Como jornalista escreve sobre gastronomia e vinhos, colaborando com várias publicações nacionais e estrangeiras. É membro da FIJEV-Federação Internacional dos Jornalistas e Escritores de Vinhos e  júri internacional em concursos de vinhos e azeites.  Em 2012 ganhou um Taster Trophy, que distingue os melhores provadores no Concurso Mundial de Bruxelas e, em 2015, ganhou o prémio Personalidade do Ano na Gastronomia, atribuído pela revista Wine. Possui uma pós-graduação em Ciências Gastronómicas e dá aulas no Mestrado de Ciências Gastronómicas da FCT/ISA .
Recolector de produtos silvestres e mariscador é um defensor dos produtos sustentáveis e da vida rural.  É membro activo do movimento Slow Food e da Confraria dos Enófilos e Gastrónomos de Trás-os-Montes e Alto Douro.

HUGO NASCIMENTO
O Chef Hugo Nascimento nasceu em 1976, em Lisboa. Ainda criança, era irrequieto e curioso. No seio familiar, era um adolescente atento a tudo o que se desenrolava à volta da mesa. Nas passagens pela cozinha, questionava tudo o que ali se fazia. . O aroma dos petiscos da avó não lhe eram indiferentes. Com o avô, entretinha-se a dar largas à imaginação. As histórias vindas do rio, da terra e do pasto, faziam-no viajar até ao fantástico. Com os amigos, andava de skate e tocava umas notas na guitarra. Estudou com ambição de seguir arquitetura mas, a arte de cozinhar revelara-se paixão.
Em 1996, no Café Café conhece o Chef Vitor Sobral que, de nariz apurado, rapidamente se apercebera do seu talento. Na época, Vitor Sobral iniciava o processo de modernização da culinária lusófona. Hugo não perdeu a oportunidade, e destacou-se como elemento determinante para equipa. Já 2004, no Restaurante Terreiro do Paço, Hugo Nascimento assume pela primeira vez a posição de Chef de cozinha, sob os comandos do mentor. Demonstrou fortes capacidades de liderança, inovação, técnica e muita criatividade. Desde então, começaram as participações internacionais. Destaque-se Macau, Canadá, Alemanha, Brasil e Botswana, como destinos cruciais para o seu desenvolvimento profissional. A cozinha que pratica está na vanguarda da inovação, as técnicas são de mestre. Uma cozinha de emoção, onde cada prato conta uma história que se transforma numa experiência. Para recriar sabores, recorre às memórias. Aquelas de conforto. As da Mãe. Na arte do empratamento, herda do avô, que nas horas vagas era artesão, o dom de ser artista. A tradição e a simplicidade estão na base de tudo aquilo que cria.
Hoje, lado a lado com Vitor Sobral, além de Chef de Cozinha, é empreendedor. Passa grande parte do tempo na Tasca da Esquina e Peixaria da Esquina em Lisboa e, nos restaurantes internacionais, é consultor. (S. Paulo; J.Pessoa; Angola). Além disso, é consultor gastronómico da Cofaco Açores, food stylist, formador e conferencista. O seu percurso, levou-o à capa da revista Timeout, sendo considerado uma das pessoas com quem jantar em 2013. Em 2014 lançou o “livro das sanduíches do Chef Hugo Nascimento, sob o mote #chegadehambúrgueres, um livro cheio de personalidade e irreverência gastronómica.
Nos tempos livres, Hugo dedica-se ao seu grande Amor, a família. Pai de dois filhos, Margarida e Salvador, sua maior fonte de inspiração. Mas, não gere tudo sozinho. Por detrás do “pequeno grande Chef” há uma grande Mulher, Joana Martins.
Em suma, Hugo Nascimento é muito mais que um Chef Executivo. É um criativo nato, um arquiteto de ideias gastronómicas.

 

* "A Galinhada da Rua das Pretas é apurada num caldeirão de memórias que junta galinhas caipiras, ou talvez de Angola, ou à cafreal, temperos sonhados, kiabos suados, no azeite dendém dos palmares do Bengo, chouriço de lata, do fubeiro da Canata, arroz de caboclo, farofa amarela, milhos demolhados, inspirados, na Cachupa do Poço dos Negros…", (André Magalhães)

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